terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Tribunal Federal diz que proibição do ‘nunchaku’ em Nova York é inconstitucional



[ Nova York, USA ] - Um Tribunal Federal de Nova York concluiu que a proibição do ‘nunchaku’ que vigora no estado desde 1974 é inconstitucional sob a Segunda Emenda. A proibição havia sido imposta por “temores de que a juventude local poderia ‘criar um caos generalizado’ inspirada pelos filmes de artes marciais”.
Desde então, o estado havia banido completamente os ‘nunchakus’ - duas hastes rígidas conectadas em uma extremidade por uma corrente ou corda - proibindo os cidadãos de fazerem uso dos mesmos.

A nova decisão sobre a arma característica das artes marciais - que ficou famosa graças à Bruce Lee - foi divulgada na última sexta-feira em um tribunal federal do Brooklyn pela juíza Pamela Chen.

O autor do pedido, James Maloney, começou sua busca pela legalização depois de ser acusado pela posse de ‘nunchakus’ em sua casa em 2000. Inicialmente ele apresentou uma queixa em 2003, e recorreu até a Suprema Corte dos EUA quando perdeu o caso.
Já em 2010 a Suprema Corte mandou reconsiderar o caso para ser analisado à luz de uma decisão da Segunda Emenda. Maloney entrou com uma queixa alterada mais tarde naquele ano.

Em sua decisão, a juíza Pamela Chen decidiu que a lei do estado, que diz respeito a possuir ‘nunchakus’, bem como a fabricação, transporte ou prática com os mesmos, violava a Segunda Emenda.

A nova decisão sobre a questão foi histórica, e Chen disse que a proibição havia “surgido inicialmente em um momento de muita preocupação, como resultado da crescente popularidade” dos filmes e shows de ‘Kung Fu’, já que “vários círculos da juventude do estado” - incluindo “assaltantes e gangues de rua - estavam ‘largamente' usando o ‘nunchaku’ para causar ‘muitos ferimentos graves’ em pessoas inocentes”.

Em um comunicado à imprensa James Maloney disse sentir-se aliviado e que “talvez essa fosse a coisa mais incrível” após o seu pedido.

Maloney, professor do Maritime College, da Universidade Estadual de Nova York, disse que parte da sua motivação era a indignação acerca da legislação estadual. “Como poderia um estado simplesmente proibir toda e qualquer posse de uma arma que tem uma longa tradição na história das artes marciais, com utilidade recreativa, terapêutica e de autodefesa?”, disse ele.

Maloney também queria ensinar uma forma de arte marcial que ele criou e que é chamada de “Shafan Ha Lavan”. O método faz uso dos ‘nunchakus’.
Agora, após a decisão da juíza Pamela Chen, ele pretende ensinar a arte marcial para seus filhos.

O processo nomeia o promotor distrital do condado de Nassau como réu. O advogado do condado não fez nenhum comentário imediato.

O ‘nunchaku’ ( do Chinês: 雙節棍 shuāng jié gùn, 兩節棍 liǎng jié gùn, ou 三節棍 sān jié gùn ), também chamado de “Tchaco”, “nunchucks” ou “nunchuks”, é uma arma utilizada nas artes marciais e que faz parte do conjunto de armas que compõem o kobudo.
As outras armas do kobudo são sai ( punhal de metal ), tonfa ( bastão de defesa pessoal ), bō e kama. O sansetsukon ( sān jié gùn (三節棍) ) é semelhante a um ‘nunchaku’ porem com três bastões ao invés de dois.

*Fonte / Créditos : Colaborador Oriosvaldo Costa | Postado em 18/12/2018
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Foto acima : Meninos palestinos iniciam a prática das artes marciais que fazem uso do ‘nunchaku’ na sede da União Palestina de Nunchaku. ( Foto / Cortesia : Abid Katib / Getty Images ).

Abaixo : ‘Nunchakus’ e outros objetos confiscados da bagagem de mão dos passageiros no Aeroporto Internacional Seattle-Tacoma em SeaTac, Wash. ( Foto / Cortesia : AP Photo / Elaine Thompson, Arquivo / The Associated Press ).







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