segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

O que esperar do MMA em 2019 ? [ previsões para o ano novo ]



Todo final de ano é a mesma coisa. Um grande número de pessoas sai à procura dos ditos profissionais “esotéricos”, sacerdotes e oráculos com o intuito de tentar ‘prever’ o futuro e vislumbrar o que o ano vindouro lhes reserva.
Particularmente, eu não recomendo tal prática por dois pequenos motivos. Primeiro por minhas convicções religiosas e fé ( sou muçulmano ) e em segundo, por já ter visto um bom número de vidas arruinadas e até mesmo famílias destruídas por essas práticas ( as vidas arruinadas à que me refiro são as das pessoas que procuraram tais métodos e nunca as dos “videntes” ou ‘médiuns’ ).

E por mais difícil que seja para mim, ainda tento ter o mínimo de respeito pelos credos alheios ( cada um acredita no que quer e lhe convém ) e pelas demais religiões ( essas são mais fáceis de respeitar, já que não sou um intolerante ).
Assim sendo, esse artigo irá abordar o tema “previsões do futuro”, mas com um cunho literário e humorístico ( além do informativo, é claro ).
Também não vou hesitar em revelar o que estava ‘oculto’ nos bastidores.
Tendo dito isso, vamos ao assunto que realmente nos interessa: as artes marciais mistas, ou MMA ( na sigla em inglês para : Mixed Martial Arts ).

Se já não estava claro, agora que Sage Northcutt assinou contrato com o ONE os críticos especializados em MMA podem comemorar. Eles acertaram mais uma : O UFC que conhecíamos durante a era Zuffa está morto, como muitos destes afirmavam após o show ter sido comprado pela WME-IMG / Endeavor em 2016.
O WME-IMG / Endeavor é um grupo econômico especializado em entretenimento e sem nenhum vínculo prévio com o esporte MMA.

Você pode até criticar a maneira que alguns negócios foram feitos sob a gestão dos irmãos Fertitta - uma abordagem que levou a litígios antitruste – mas não há dúvida de que a Zuffa levava a contratação de talentos do MMA à sério.

Os Fertitta conseguiram muito.
Desde derrubar a proibição da exibição das lutas na televisão até este esporte se tornar uma prioridade de exibição pelas emissoras de TV, da legalização do esporte nos 50 estados norte-americanos e a sua regulamentação pelas comissões atléticas estaduais até a sua aceitação pela conservadora sociedade estadunidense.
Tudo foi uma busca incansável pelo objetivo de tornar a modalidade tão popular quanto o futebol ou o basquete.
Veja que o fã casual ( e não o fã ‘Hardcore’ ) fala em “UFC” e não “MMA” quando o esporte é introduzido em alguma conversa.

Não podemos deixar de comentar – também – que tudo isso passou pela compra do Pride e do WEC, sem esquecer do WFA e do Strikeforce, o que fez com que a Zuffa adquirisse a reputação de uma empresa que visava o ‘monopólio do esporte’. Mas nada que não pudesse ser tratado nos bastidores.

Só que então o WME-IMG / Endeavor comprou o UFC e, bem, pequenas coisas começaram a acontecer uma atrás da outa.

Hoje, podemos afirmar que a empresa de combate ( que foi comprada por um valor estimado em US$ 5 bilhões ) ou não tem confiança nas suas próprias capacidades promocionais em recuperar o dinheiro investido no caminho ou têm um pensamento teimoso, de que não vai quebrar em nenhuma circunstância, mesmo que continue perdendo talentos como Mousasi, Machida, Alvarez ou Northcutt.
O fator agravante é que isso não importa para o WME-IMG / Endeavor, desde que a marca “UFC” permaneça forte.

Acontece que muitas estrelas continuam deixando a franquia desde então.
Rory MacDonald assinou com o Bellator pouco depois da venda. Gegard Mousasi, que pode ser o melhor peso-médio do mundo, também trocou o UFC pelo Bellator, assim como Lyoto Machida.
Em seguida, lutadores como Eddie Alvarez começaram a desertar para o ONE Championship, uma promoção asiática vista atualmente como ‘cheia de dinheiro’. Em seguida, Demetrious Johnson foi ‘trocado’ literalmente por Ben Askren.

Quanto à recente contratação de Sage Northcutt, eu não sei os números reais – mas talvez o ONE já esteja pagando tão bem quanto o UFC, o que faz alguns lutadores perceberem que realmente “existe vida” fora da organização presidida por Dana White.
Northcutt supostamente recebeu excelentes ofertas de todas as grandes empresas de MMA, e a sua contratação pelo ONE coloca em xeque a ideia de que só o UFC paga os melhores salários.
Conforme anunciado nas redes sociais pelo Presidente e CEO do ONE Chatri Sityodtong, Northcutt se junta agora aos dois outros lutadores do UFC que já haviam feito a transição para o evento asiático: Demetrious Johnson e Eddie Alvarez.

Não custa lembrar que Northcutt foi feito sob medida para uma promoção de luta dirigida por um conglomerado de Hollywood, tal como o WME-IMG / Endeavor.
Ele é um atleta com “cara de meme” que virou estrela do UFC da noite para o dia, muito às custas de suas habilidades atléticas, é fato.
Também pudera. Ele foi forjado pelo pai desde que era um garotinho para ser um atleta diferenciado. Treinou caratê, foi alimentado à base de suplementos, passou por competições de “fitness” para mostrar o corpo sarado e definiu desde cedo que seu sonho era ser um lutador do UFC.

Após a sua estreia no UFC em 2015, Sage chamou ainda mais a atenção por conta de um salto mortal que ele executou para comemorar a vitória que mais pareceu um lance de videogame. A imagem rodou o mundo, tamanha a plasticidade do movimento, e também pela facilidade com que ele aparentou executar o salto.
E ele também se destacou nas redes sociais pela sua aparência.
Principalmente por conta do seu cabelo, Sage Northcutt já foi comparado a um cantor do N'Sync, ao personagem Guile, do Street Fighter, a Ivan Drago ( rival de Rocky Balboa ) e até mesmo ao Ken ( namorado da “boneca Barbie” ).

Quer algo mais ‘Hollywoodiano’ que isso ?
E inexplicavelmente ele foi tratado como mais um ‘produto descartável’ pelo WME-IMG / Endeavor, que é um conglomerado especializado em gerir a carreira de tais estrelas.

O que eu quero dizer com tudo isso é que se os atletas do UFC continuarem migrando para outras promoções, o Ultimate perderá preciosos recursos, justamente na época em que seus novos donos esperavam ter retorno financeiro.
Por isso mesmo, se esse padrão continuar, é obvio deduzir que eventos como Bellator e ONE Championship, além de outras promoções pelo mundo, poderão fazer mais incursões reais neste mercado, outrora comandado pelo UFC e se consolidarão cada vez mais. Essa será uma das histórias para serem assistidas no ano novo.

Agora eu peço ao leitor que esqueça o contrassenso e me permita concluir esse artigo tentando fazer um ‘exercício’ de “futurologia” ( risos ).

O próximo ano marcará o início da retomada dos países do continente asiático como os principais pólos de MMA do mundo. Não é à toa que o próprio UFC já anunciou a construção do maior centro de treinamento e desenvolvimento de MMA do planeta, na China. Detalhes adicionais sobre o UFC Performance Institute Shanghai serão anunciados nos próximos meses.

Aqueles que questionam se o ONE será apenas o braço asiático do UFC ou fará frente à franquia estadunidense poderão ter a sua dúvida elucidada ao longo do ano seguinte.

Em 2019 nós teremos a sedimentação de promoções como o Bellator, ONE, Rizin e, quem sabe, talvez também tenhamos uma grata surpresa : outro evento de MMA da Golden Boy Promotions.

O ano vindouro também poderá ter a edição inaugural da Zuffa Boxing, empresa comandada por Dana White ( ainda presidente do UFC ) e voltada para a promoção de lutas de boxe, com o intuito de diversificar os seus negócios e gerar mais lucros.

Quanto ao UFC em particular, este terá que se esforçar muito para conservar o ‘status’ que ainda ostenta, ou então irá ‘cair’ mais e mais.

Mas, devo deixar bem claro que nessa época conturbada em que vivemos, nada é mais difícil do que ‘prever’ o futuro e nem o mais corajoso “vidente” arrisca-se a prever seque o dia seguinte.
Então só nos resta esperar e aguardar para ver.
Por outro lado, uma coisa já posso afirmar com certeza : este esporte maluco continuará nos proporcionando muitas surpresas em 2019.

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa. | Escrito em 3/12/2018
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Foto acima : À partir do próximo ano, os países do continente asiático retomarão o processo de crescimento do MMA ( Cortesia : Divulgação ).

Abaixo : “Está escrito nas estrelas” : A contratação de Sage Northcutt pelo ONE é mais um ‘sinal’ de que o MMA voltará à crescer nos países do continente asiático ( Cortesia : Sherdog Forums ).















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