sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Rivalidade entre K-1, RISE e Shoot Boxing beneficia os shows de lutas no Japão



Segundo os especialistas, o futuro do MMA e principalmente do Kickboxing e do Muay Thai está na Ásia, e não nos EUA, país onde os shows de lutas teriam sido uma “moda passageira”.
E entre os países do continente asiático, o Japão está iniciando uma nova fase, com os eventos de lutas conquistando à cada dia o público jovem.
Um público que nunca ouviu falar de Wanderlei Silva ou Fedor, mas que conhece Conor Mcgregor e Jon Jones, e que desejam ver lutas de Nasukawa, Takeru ou Horiguchi.
Pois assim que o Pride FC faliu, seus ídolos acabaram caindo no esquecimento e a nova geração cresceu sem saber o que foi o Pride.

Esse novo público - composto por pessoas que não vivenciaram o auge do Pride e do K-1, outrora o maior evento de ‘trocação’ do planeta - começa à demonstrar interesse pela modalidade, pois o MMA nunca acabou no Japão, uma vez que outros eventos menores continuaram sendo promovidos ( além de outros surgiram ), longe da TV aberta, principalmente em canais fechados.

A quantidade de eventos ( muito bem organizados, diga-se de passagem ) e programas relativos à lutas no Japão é enorme.
Os japoneses sabem muito bem como organizar um show gigantesco, do tipo que o Rizin FF claramente representa e que - segundo a mídia especializada do país - é muito maior que qualquer evento de UFC.
Ainda segundo os jornalistas japoneses, “quase ninguém” liga para o UFC no Japão, apesar dos shows de lutas em geral já fazerem parte da cultura do país.

De fato, não há como negar que a intenção dos cartolas é promover um evento voltado para o público japonês, pois é preciso - primeiro - ‘reaquecer’ o mercado interno.
Assim sendo, o mundo das lutas está ganhando muita força no Japão novamente, principalmente entre os jovens da nova geração, adeptos das redes sociais e graças ao grande investimento das TV’s por internet, que estão investindo muito nas lutas novamente.
O K-1 e o ONE Championship, por exemplo, são transmitidos ‘ao vivo’ e de graça pela Abematv.

O que falta para um evento como o Rizin FF ser tão grande quanto o Pride foi em sua “época dourada” é se reaproximar de um dos ‘pais’ do extinto evento, que foi o Pro-Wrestling japonês, pois este que nunca perdeu força no país.
[ N.E.: o Pro-Wrestling é conhecido por nós, brasileiros, como ‘Telectach’ ou simplesmente “Luta Livre” ].

A aproximação com eventos de Kickboxing eles já tem e essa é benéfica para o crescimento dos shows de lutas como um todo, pois ninguém pode negar que a rivalidade entre as maiores franquias de ‘trocação’ da Terra do Sol Nascente está servindo para sedimentar o mercado do país.

Com o ‘status’ de segunda maior franquia de Kickboxing do Japão, o RISE é o rival do K-1 entre os shows de ‘trocação’. O RISE também tem como aliado o Rizin FF, o já citado show de Nobuyuki Sakakibara e que também foi aliado do K-1, mas hoje em dia, ambos ( Rizin e K-1 ) mantêm um péssimo relacionamento.

A rivalidade teve início com a tentativa do K-1 de tirar Nasukawa do rival RISE, como uma das exigências para que ele pudesse lutar contra Takeru ( do K-1 ) outro fenômeno do kickboxing no Japão.

Tudo piorou após a ida de Taiga e seu irmão Hiroya para o RISE. Taiga e Hiroya, são dois dos melhores lutadores do K-1 e que foram à justiça ( contra o próprio K-1 ) por irregularidades no contrato. E após ser contratado pelo RISE, Taiga já estreou no Rizin , por serem franquias aliadas.

Na semana passada essa rivalidade ganhou mais um capítulo, com a divulgação por parte do RISE de um grande evento no formato de GP com os melhores lutadores de diversas franquias de “luta em pé” do mundo e com a participação de Nasukawa. Esse show do RISE está agendado para o dia 10 de março de 2019, ou seja, exatamente no mesmo dia e região do maior evento anual do K-1, o K-1 Fest 2019, com a participação de Takeru.

Assim sendo, a luta mais aguardada e desejada pelos fãs japoneses ( Nasukawa vs Takeru ) fica cada vez mais distante, apesar de Takeru ter defendido o seu cinturão no início do mês.
Após aquela vitória, Takeru foi ao microfone e pediu novamente uma luta contra Nasukawa, no peso que ele quiser. Na ocasião, Takeru também pediu um acordo entre as franquias de luta, para que esse confronto seja realizado e eles possam mostrar aos fãs quem é, de fato, o maior nome do Kickboxing no Japão.

Outra franquia de ‘trocação’ que entra nessa disputa pela atenção dos fãs das “lutas em pé” no país - embora sem declarar “guerra” aos rivais - é o Shoot Boxing.
Lembrando que o Shoot Boxing ainda mantêm uma boa convivência com o Rizin FF, aliado do RISE.

O Shoot Boxing possui um conjunto de regras diferenciadas e é conhecido no Japão como “Standing Vale Tudo” ( ou ‘Vale Tudo em pé’, na tradução para o português ). Não é permitido lutar no chão, mas em cima são válidos socos, chutes, joelhadas, cotoveladas, quedas e submissões ( Chokeholds, Arm- locks e Wristilocks ). Mas não é permitido lutar no chão.

O primeiro evento do Shoot Boxing programado para o próximo ano está agendado para o dia 11 de fevereiro ( segunda-feira, um feriado na Terra do Sol Nascente ) e terá lugar no famoso Korakuen Hall, em Tóquio, no Japão.

Esse ano, o Shoot Boxing iniciou uma expansão internacional com a promoção de seus shows na Mongólia e a consequente fundação da “Mongolian Shoot Boxing Federation”, para legitimar a modalidade naquele país.

Os fãs brasileiros de lutas também sonham com o dia em que os shows do Shoot Boxing sejam promovidos em nosso país.

*Fonte - Créditos : Colaborador Oriosvaldo Costa | Postado em 28/12/2018
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Foto acima : O “K-1 World GP 2019 JAPAN ~ K'FESTA.2” será realizado dia 10 de março de 2019 ( domingo ) e terá lugar na Saitama Super Arena, em Saitama, no Japão ( Cortesia : K-1 Japan Group ).

Abaixo : O RISE também irá promover um show no mesmo dia e região do maior evento anual do K-1 ( Cortesia: Divulgação ).







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