segunda-feira, 29 de maio de 2017

Rings : um dos primeiros shows de MMA no Japão anuncia retorno para 2018



Inicialmente um show de Pro Wrestling baseado no Japão e fundado pelo lutador profissional Akira Maeda em 1986, o Rings Fighting Network ( Rede de Combate Rings ) , ou simplesmente RINGS, como se tornou mais conhecido por nós brasileiros, mostrou-se uma promoção bastante realista por estimular as técnicas de submissões e aproximar-se das futuras competições de Mixed Martial Arts ( MMA ).

Em 1995 o RINGS começou à promover lutas reais sob as regras do MMA e tornado-se uma das uma das principais promoções da época.

Para quem não lembra, o evento Rings, além de pagar bolsas bastantes generosas para os campeões de seus GP´s, serviu durante muitos anos de porta de entrada para lutadores brasileiros no Japão, e revelou para o mundo campeões do calibre de Rodrigo ´Minotauro´ Nogueira e Fedor Emelianenko, dentre outros, que posteriormente vieram à brilhar nos tablados do Pride e UFC.

Seu promotor, Akira Maeda, foi o único promotor de MMA no Japão à estar no nível de Antônio Inoki. Em uma época que este esporte não era sequer sombra do que é hoje e ainda sofria boicote político, Maeda conseguiu em sua luta de aposentadoria a bagatela de US $ 2,5 milhões, além de ampla cobertura da mídia, incluído os respeitados veículos de comunicação New York Times e Sports Illustrated.

São famosas as lutas de Maeda no Japão diante de Don Nakaya Nielsen ( um kickboxer americano ), Maurice Smith ( Hall da fama do UFC ) e Alexander Karelin ( Russo 3 vezes campeão olímpico de Wrestling ) .
Em sua carreira competitiva no MMA, o promotor casca-grossa obteve um registro no Sherdog de 7 vitórias e 5 derrotas.
Os fãs japoneses consideravam Maeda o maior lutador do país e passaram à chamá-lo de ´Kakutou-Oh´, ou seja, o “Rei das artes marciais”.

Os ambiciosos torneios de 32 homens promovidos pela franquia em 1999 e 2000 foram vencidos por Dan Henderson e Antonio Rodrigo Nogueira, respectivamente, e contaram com uma infinidade de lutadores de MMA de classe mundial, como Renzo Gracie, Renato ´Babalú´, Gilbert Yvel, Tsuyoshi Kosaka, Dave Menne, Randy Couture, Kiyoshi Tamura, Fedor Emelianenko, Ricardo Arona, Alistair Overeem e Jeremy Horn, entre outros.

Nesse período, o Rings fechou acordo com a WOWOW, uma forte emissora via satélite o que fez com que o evento crescesse absurdamente além de pagar boas bolsas em dinheiro para os seus lutadores.

Contudo, depois de perder muito de seus melhores talentos que acabaram assinando com o Pride, o Rings encerrou suas atividades em 15 de fevereiro de 2002. A promoção foi revivida por Maeda em 2008 ( embora com uma estrutura menor ) e este continua promovendo outros eventos de MMA até hoje.

Nesse ínterim, Maeda concentrou-se em promoções menores tais como o ZST ( pronuncia-se Zest ), também realizada sob as regras da franquia famosa ( o antigo Rings ) e o OUTSider.
O conceito do OUTSider é fornecer um caminho de reabilitação para jovens delinqüentes ( muitos dos lutadores do show são ex-membros de gangues ou ainda fazem parte das mesmas ) através do MMA.
O OUTSider é considerado um dos eventos mais populares na cena local do MMA e constantemente vende todos os ingressos dos shows realizados no Difer Ariake e no Cultural Gymnasium, ( com capacidade para 5000 pessoas ), além de ter enormes vendas de seus DVDs.
Como forma de incentivo todos os participantes do OUTSider recebem bolsas em dinheiro, mesmo aqueles que competem sob as regras amadoras e semi-profissionais.

Agora, Akira Maeda anunciou que irá voltar à promover os shows do Rings com uma grande estrutura e que vai fazer de sua franquia a maior organização de MMA do Japão.
Ele espera levar o público do seu OUTSider para o novo Rings e conquistar novos fãs.

Os planos para o Rings, que deverá retornar em 2018, começam com a promoção de um torneio eliminatório na categoria dos pesos pesados ( a categoria de peso predileta do público japonês ) e que contará com novos talentos além de escalar lutadores já estabelecidos no esporte.

A mídia especializada em MMA já começa à classificar o torneio como um “Pride 3.0” e os fãs estão eufóricos com a possibilidade de retorno do show.

Akira Maeda é, de fato, a esperança de um revival para os fãs, lutadores, mídia, e promotores de MMA no Japão e é melhor não duvidar do que este homem pode fazer por este esporte.

O atual cartola, inclusive, já andou comentando sobre o assunto em sua conta no Twitter : " Nosso desafio agora é continuar com a promoção de lutas profissionais no Japão e reiniciar a rede mundial do Rings."

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa

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Foto acima : Akira Maeda posa ao lado da logomarca do Rings Fighting Network.
Abaixo : a nova estrutura do Rings promete trazer à memória dos saudosistas lembranças dos torneios King of King de 1999 e 2000.





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