domingo, 7 de maio de 2017
Ídolo japonês do pro-wrestling encontra alto oficial da Coreia do Norte
O ícone japonês Kanji Inoki, conhecido aqui no Brasil por seu nome de batente, Antonio Inoki, encontrou-se com um confidente próximo do líder norte-coreano Kim Jong-Un , em sua última visita a Pyongyang, ocorrida num sábado, dias depois que a Coréia do Norte voltar à conduzir um teste nuclear em desafio a pesadas sanções internacionais.
Antonio Inoki é o atual proprietário da empresa de Pro Wrestling chamada IGF- Inoki Genome Federation, que é uma federação altamente realista.
Inoki reuniu-se com Ri Su Yong, ex-chanceler norte-coreano e atual chefe do departamento internacional do Partido dos Trabalhadores do país. Não se soube imediatamente o que os dois homens discutiam.
A agência oficial coreana de notícias da Coréia do Norte disse que Inoki deu a Ri um presente não especificado destinado a Kim, mas não forneceu outros detalhes.
Inoki, de 74 anos, é um lutador profissional convertido em legislador, talvez mais conhecido nos Estados Unidos por sua luta com Muhammad Ali na década de 1970.
Ele tem sido um visitante regular da Coréia do Norte há anos e tem apoiado a idéia de promover intercâmbios com a nação isolada através do esporte.
Inoki já visitou a Coréia do Norte quase 30 vezes. Inclusive ele já foi suspenso enquanto Senador no Japão pelo Partido pela Restauração do Japão, ao qual pertencia. A punição, que foi aprovada por unanimidade, deu-se em novembro de 2013 e perdurou por 30 dias depois de Inoki fazer uma viagem não autorizada a Pyongyang.
Em janeiro de 2015, ele ajudou a estabelecer um novo partido chamado Assembly to Energize Japan ( Assembléia para Energizar o Japão ).
Tóquio cortou praticamente todos os laços oficiais com Pyongyang desde 2006 devido ao seu programa de armas nucleares e outras questões. Inoki, entretanto, dirige uma organização sem fins lucrativos e abriu um escritório em Pyongyang à alguns anos atrás para promover o intercâmbio internacional de esportes. Sua conexão com a Coréia do Norte vem de seu mentor, Rikidozan, uma lenda do pro- wrestling no pós-guerra no Japão e que nasceu na Coréia do Norte.
Em 1995, Inoki lutou contra o americano Ric Flair no que foi chamado de "Colisão na Coréia", um evento de dois dias realizado no grande May Day Stadium ( Estádio Primeiro de Maio ) de Pyongyang, que atraiu 380.000 espectadores e convidados, incluindo Ali.
Antes, em 1990, quando houve a primeira Guerra no Golfo, Inoki voou para o Iraque de Saddam Hussein e consegui negociar a libertação de todos os prisioneiros japoneses e também de outras nacionalidades em troca de um outro evento de lutas.
Inoki retornou à Pyongyang em 2014 para organizar mais um evento de lutas com cerca de 20 lutadores de MMA ( artes marciais mistas ) participando de uma série de lutas de exibição sob as regras do pro wrestling, cujo equivalente histórico no Brasil seriam as lutas de telecatch.
Naquela ocasião ( 2014 ) o evento ocorreu nos dias e 30 a 31 de agosto e foi organizado por Inoki, responsável pela Genome Federation ( IGF ), Ministério de Esportes da Coréia do Norte, e pelo presidente da Comissão de Jogos Marciais Internacionais da Coréia do Norte, Jang Ung.
Além das lutas de pro-wrestling, aquele evento contou com lutas de Taekwondo, Ssirum ( estilo tradicional wrestling coreano ), demonstrações de Aikido e competições de MMA, que também foram realizadas.
Naquele ano participaram lutadores vindos dos Estados Unidos, Brasil, França, Finlândia, China, Canadá e dos chamados Países Baixos ( Netherlands ). Nomes do porte de Bob Sapp ( EUA ), Bobby Lashley ( EUA ), Miss Meiko Satomura ( Japão ) e Michael Majalahti aka Starbuck ( Canadá / Finlândia ), dentre outros.
Agora, o pro-wrestling terá uma nova oportunidade para melhorar as relações entre a Coréia e o Japão, diz Inoki, que espera ainda uma visita para breve do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe a Pyongyang.
A idéia de Inoki é que a trupe de lutadores volte a visitar a Coréia do Norte e realize um novo evento internacional naquele país.
Inoki já deu sua contribuição para comunidade internacional no campo diplomático anteriormente quando a Coreia do Norte instaurou uma crise nuclear com os vizinhos Coreia do Sul e Japão, em 1995 e 2014, respectivamente, o que mostra que o ex-Senador é gabaritado para tentar apaziguar a atual situação na península coreana.
O ex-senador, que já havia conquistado a simpatia de Kim Jong II no passado, conseguiu “dobrar” também o atual ditador da Coreia do Norte ( em 2014 ), convencendo-os dos benefícios de um evento de lutas naquele país. Não custa lembrar que o evento batizado de Collision in Korea entrou para a história como o maior evento de lutas de todos os tempos e um dos maiores da diplomacia esportiva da história, perdendo apenas para a Copa do mundo e Olimpíadas.
Se forem mesmo verdadeiras as informações de que a família de ditadores, que segundo estas mesmas fontes, seriam fãs das lutas e amigos pessoais de Inoki, então a diplomacia esportiva poderá triunfar mais uma vez.
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*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa
Foto acima : Logo do Inoki Genome Federation, fundado pelo Ex-Senador Antonio Inoki desde 2007.
Abaixo : Em 2014, o Pro wrestling regressou à Coreia do Norte pela primeira vez em 20 anos. Mas infelizmente, para os 15 mil fãs que testemunharam a exibição, não havia nenhum sinal de Kim Jong-Un entre os presentes ao show.
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