quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Organização quer mudança de conduta do UFC



Por Oriosvaldo Costa

Quando Dana White e os irmãos Fertitta iniciaram uma campanha para levar o UFC a Nova Iorque, mal sabiam que estavam dando o pontapé inicial para seus desafetos começarem uma verdadeira cruzada anti-UFC. A Culinary Union não é contra o MMA, e sim contra o Ultimate devido à rixa com os Fertitta. Tanto é que a Culinary Union também existe nos estados em que o MMA foi legalizado recentemente e eles não fizeram força contra isso. Até em Nova Iorque, onde existe o Underground Combat League, evento tido como de MMA amador (regras profissionais, mas sem bolsa para os atletas participantes) a Culinary Union não interfere, mas quando o assunto é negócios do UFC, a coisa muda de figura.

A Culinary Union está em conversas com a rede de televisão FOX para que esta e suas filiais excluam imediatamente a transmissão do UFC da sua grade de programação até que o UFC concorde publicamente em exigir dos seus empregados (incluindo o presidente da franquia Dana White) e staff de lutadores que todos respeitem a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis), mulheres, e se comportem de maneira social mais respeitável, incluindo palavrões pronunciados por Dana White e Joe Rogan.

O UFC deveria assumir um compromisso real para conter a epidemia de devassidão que assola a sociedade já que é um péssimo exemplo para as crianças. É o que diz a petição oficial encaminhada à FOX e suas filiais. A Culinary Union também convidou a Bud Light a parar de patrocinar o UFC pelo histórico de intolerância e homofobia da organização de Dana White. Sobrou até para o brasileiro Rodrigo “Minotauro” Nogueira, que teve sua declaração de que não treinaria com gays, como recomendações do seu patrão e que abrangeria demais lutadores.

É por isso que sempre digo que o senador John McCain não representa mais preocupações para o esporte, pois este já é sancionado pelas Comissões Atléticas Estaduais como ele queria. Além do que os irmãos Fertitta estão entre os 100 maiores milionários dos Estados Unidos e são conhecidos de McCain desde os tempos em que compunham os quadros da Comissão Atlética de Nevada, e assim como McCain, também são republicanos. Já o pessoal da Culinary Union possui afinidade com os democratas... E com os gays. Nos fóruns de debates norte-americanos já se comenta que é melhor o UFC buscar um retorno melhor no Canadá mesmo, ou quem sabe, ir de mala e cuia para a Ásia.






UFC PODE SER INVESTIGADO POR MONOPÓLIO

Por Oriosvaldo Costa


A Culinary Union, a Comissão Federal de Comércio, Jon Fitch, Bob Arum e John McCain. Se os rivais do UFC não podem mais enfraquecê-lo através do Poder Executivo, podem recorrer ao Legislativo. A Culinary Union foi atendida em seu pedido e Richard Feinstein, diretor da Federal Trade Comission disse que o UFC já tem condições de ser alvo de uma investigação por violar leis anti-trust. Ou seja, o UFC está sendo acusado de monopólio, algo sério nos Estados Unidos.

Em 22 de setembro, um juiz administrativo do Conselho Nacional de Relações do Trabalho permitiu que mais de 80 acusações trabalhistas injustas contra o Station Cassinos (de propriedade dos irmãos Fertitta, sócios majoritários do UFC e estopim para toda essas acusações) avançassem a uma audiência completa.

Some-se a isto o fato de que o UFC declarou guerra abertamente ao Boxe agora e que seu primeiro ato será dia 12 de novembro com a estreia do show na FOX, em um acordo comercial inédito. O UFC será transmitido de graça na mesma noite em que Manny PacQuiao enfrentará Juan Manuel Marquez, no qual cada espectador pagou 60 dólares.

Isso feriu os brios de Bob Arum, CEO da Top Rank, empresa que promove a luta. Ele reiterou que além dos abusos do monopólio, os promotores do UFC pagam aos seus combatentes cerca de 20% dos rendimentos oriundos de uma luta do UFC. Já os promotores de Boxe pagam cerca de 80% aos lutadores.

Contra o UFC pesa também o caso de lutadores como John Fitch, que foi cortado do show em 2008, por se queixar de um contrato com termos vitalícios para o uso de sua imagem em jogos de vídeo. Ele só retornou ao UFC quando aceitou tais termos. Existe ainda a investigação sobre o caso da compra do Strikeforce. Contudo, a FTC costuma emitir uma declaração após cerca de seis meses sobre uma empresa investigada e se não houve motivos para continuar a investigação.

Para piorar, em 2000, o Congresso dos EUA aprovou a Muhammad Ali Boxing Reform Act, uma lei que visa a proteger boxeadores não-sindicalizados dos interesses escusos da indústria casamenteira das lutas, frear o poder desgovernado de promotores de Boxe, além de tornar mais justa a relação entre lutadores e promotores, nivelando essas relações e impedindo contratos de coação.

Apesar de raramente utilizada, a lei garantiu a vitória de Fernando Guerrero no mês passado, já que ele havia aberto um processo contra uma empresa promotora de lutas que não divulgou a receita de dois de seus eventos exibidos na TV como exige a lei. Já tem gente querendo tentar algo semelhante com o UFC. Levaria apenas um ligeiro ajuste na Lei Muhammad Ali para expandi-lo ao MMA, o que permitiria aos lutadores como John Fitch mais força para lidar com a empresa que promove o UFC.

John McCain (ele mesmo), o senador que patrocinou a Lei Muhammad Ali, permanece em seu cargo. Comenta-se nos Estados Unidos que ele estaria aguardando um telefonema dos lobistas anti-UFC (leia-se promotores de Boxe) para breve.

Será que vamos ver se repetir o cenário dos anos 90, quando McCain (apaixonado por Boxe), iniciou um movimento contra o UFC nos EUA? Não se preocupem. Eles não vão querer banir o MMA do país. Ele já é regulamentado por lá. O problema desta turma é com o UFC. Ah, isso sim, é a América! A terra do contra-senso.

Será que veremos também o UFC indo buscar mais retorno em outros países devido a este problema ou quem sabe mudar-se para o Japão? Esta era a única solução possível naquela época em que John McCain classificou o UFC como uma briga de galos humana.

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