segunda-feira, 5 de março de 2012
A luta pela regulamentação do MMA no Brasil
Por Oriosvaldo Costa
Existe uma tentativa de se proibir a transmissão de lutas por tevês abertas e a cabo no Brasil através do projeto de lei (PL) 5534/09, e seu autor teve um encontro com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, para pedir apoio e seu comparecimento na próxima audiência pública, que debaterá o assunto na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.
O presidente da OAB informou ao deputado que vai encaminhar o projeto de lei para análise das comissões da entidade. Mas o projeto está longe de virar lei. Para que isso aconteça, a proposta precisará ser aprovada na Câmara, no Senado e, depois, receber sanção (assinatura) da Presidente da República. Mesmo nessa última instância é possível que caia o projeto, caso a Presidente vete o projeto, mesmo com prévia aprovação dos deputados e senadores.
O segmento da mídia simpático ao projeto do deputado reconhece que as chances de o projeto ser aprovado são pequenas. Mas enquanto isso, vão dando pitadas de sensacionalismo em matérias que objetivam, claramente, influenciar a opinião de quem não conhece a fundo a realidade do esporte MMA.
Agora, a Rede Globo é acusada de fazer lobby e de ser aliada de Dana White, cartola do UFC, maior evento da modalidade no mundo, cujos fãs poderiam até ser classificados como histéricos, bem como Galvão Bueno, também classificado como histérico. Agora que transmite o UFC, as organizações Globo fariam parte de um grande negócio em torno do espetáculo.
O autor do projeto reconhece ainda que terá uma dura batalha contra alguns dos maiores defensores do MMA no Brasil, os também políticos senador Magno Malta (PR-ES) e o deputado Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB. Ele ainda afirmou que será difícil a aprovação de sua proposta e da difícil batalha contra os senadores e deputados aliados ao poderoso chefão do UFC, mas disse que mais difícil ainda seria ele ficar sem fazer nada.
Por isso a importância do Projeto de Lei do Deputado Federal Acelino “Popó” Freitas, que propõe a regulamentação do MMA no Brasil. O PL 2051/2011, de autoria de Popó Freitas, está sujeito a apreciação da Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Câmara e do Senado e apensado ao 6933/2010, do Deputado Walter Feldman (PSDB - SP), que regulamenta o exercício da atividade do profissional em lutas e artes marciais.
* Posteriormente á essa matéria , o Autor do Projeto de Lei concedeu uma entrevista ao Mais1Round , especializado em MMA. Confira abaixo á reprodução na íntegra :
Palavras de José Mentor ao Mais1Round sobre lei que proíbe a exibição do MMA na TV brasileira:
A opinião de todos deve ser respeitada. O projeto que proibe MMA na TV é de 2009, quando a RedeTV transmitia. Somente agora, após a Globo entrar no mercado, é que a luta ganhou importância. O Estado de Nova York e a França proíbem essa prática. Os médicos do Canadá (2º maior mercado de UFC) também querem baní-la do país. O Brasil proibe rinha de galo, de canário e há cidades, como São Paulo, que proibe rodeio porque ferem oa animais. E j’rinha humana’ pode? Poucos anos de luta e já se sabe de 3 mortes. Semana passada, um jovem de 20 anos ficou tetraplégico nos USA. É violência pela violência: chutes e joelhadas na cabeça, cotoveladas e socos, repetidos, no rosto. Mas é verdade, tem muito dinheiro por trás. São poucos ganhando muito dinheiro com o sangue, a desumanidade e o destempero alheios.
Ontem falei, por telefone, com Éder Jofre que, como Popó, é campeão mundial de boxe. Ambos deram muitas alegrias ao nosso povo. Éder, como eu, é contra o MMA. Popó a favor e quer regulamentar a profissão de lutador. Eu só quero proibir o televisionamento das lutas cujas violência é real e não pode ser comparada com a ficção e efeitos especiais dos filmes e novelas. Vou conversar, pessoalmente, com os dois. O projeto de Popó não substitui nem elimina o nosso. Restringir o horário ou mudar de canal não resolve depois que a tecnologia possibilita a gravação simutânea de programas que podem ser reprisados quando for do interesse de qualquer uma, criança, jovem ou adulto. Por oportuno, o projeto franqueia a transmissão de lutas não olímpicas desde que com autorização do Conselho Nacional dos Direitos Humanos.
José Mentor
Deputado Federal PT/SP
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