quinta-feira, 19 de julho de 2018

Relembre uma das ‘batalhas’ do esporte “Vale Tudo” contra a censura



Para que o MMA chegasse ao patamar em que se encontra hoje, sendo classificado como o esporte que mais cresce no mundo, a modalidade teve que travar inúmeras batalhas até à consagração definitiva.
Neste artigo, vou relatar apenas uma de inúmeras delas.

O Ano de 2001 terminava de maneira amarga para os amantes do MMA, quando a modalidade ainda era conhecida como “Vale Tudo”.
A então prefeita da cidade de São Paulo, Marta Suplicy ( PT-SP ), havia acabado de sancionar a lei n.º 13.233/01 - à pedido do Vereador autor da mesma, diga-se de passagem - a qual proibia a realização de eventos conhecidos como lutas de “Vale Tudo”, naquela que é a terceira maior cidade do planeta.

O Vereador Arselino Tatto ( PT-SP ) considerava tais competições como um péssimo exemplo para a juventude, uma barbárie e uma modalidade degradante.
As emissoras de TV, logicamente, exploraram o tema, como sempre, de maneira sensacionalista e em horário nobre, contribuindo para a desinformação dos brasileiros quanto ao profissionalismo do verdadeiro esporte.

Debates acalorados vieram na sequência em emissoras como Record e Rede TV, sendo que a indignação maior dos defensores das lutas se dava pelo fato do Vereador não ter ouvido sequer um lutador para escrever o seu projeto de lei.
Mesmo alguns dos poucos veículos da mídia especializada em MMA que existiam naqueles idos anos, como a revista Tatame, já temiam pelo futuro do esporte, que poderia estar ameaçado aqui no Brasil, uma vez que outros detratores da modalidade poderiam planejar algo semelhante, inspirados pela sanção da lei na cidade de São Paulo.

Nesse período, os poucos promotores de eventos que haviam migraram para o litoral paulista para poderem continuar promovendo as lutas. Os que ficaram nas cidades próximas à capital mudaram o nome da modalidade para “Grappunch” ou ainda “Luta Real”, como forma de evitar futuras complicações.
Houve até mesmo quem promovesse as lutas sob uma franquia de Pro Wrestling ( também conhecido como Tele Catch ou Luta Livre ) vide a popularidade que esta outra modalidade sempre usufruiu das autoridades paulistas e estas não se preocupariam com a ‘excessiva’ violência dos eventos.

Mas após os sucessivos esforços da comunidade do MMA e encontros para debates no gabinete do Vereador Arselino Tatto, este acabou cedendo e finalmente tratou de propor um readequamento da lei municipal 13.233/01.

Foi então que o Vereador redigiu o PL 01-025 de 24/04/2002, que foi aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, em 27/03/2003 e publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo no dia 28/06/2003.

O Vereador Arselino Tatto, passava assim de “carrasco do Vale Tudo” à incentivador das regras internacionais de lutas, tais como as regras profissionais unificadas do MMA, que vigoram atualmente.

Para quem não sabe, o Vereador Arselino Tatto está em seu 8º mandato parlamentar e também é membro da Mesa Diretora da Câmara Municipal, ocupando o cargo de primeiro secretário e membro da Comissão de Educação, Cultura e Esportes e, a cada ano, se consolida como um vereador a serviço do povo, consagrando uma carreira política que se iniciou em 1988, ano em que disputou sua primeira candidatura.

Mas me causa profunda indignação o fato de que nenhuma revista ou site da mídia dita especializada em MMA e artes marciais ( à época ) tenha sequer reportado a liberação da modalidade e, mais importante, pelo próprio Vereador.
Eu mesmo fiquei confuso quando os eventos modernos de MMA começaram à ser promovidos por lá.
Espero com este artigo fazer a minha parte e ajudar à corrigir uma injustiça histórica.

*Texto do colaborador Oriosvaldo Costa

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Foto : O Vereador Arselino Tatto ( PT-SP ) passou de “carrasco do Vale Tudo” à incentivador das regras modernas de MMA. O petista é o mais antigo ‘inquilino’ do Legislativo de São Paulo ( Cortesia : Divulgação ).



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