quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Associações de lutadores poderão ‘ mudar a cara ’ do esporte MMA ?



Na última quarta-feira, 30 de Novembro, foi feito o tão alardeado anúncio por grandes nomes do MMA, cuja promessa era revolucionar a modalidade. No inicio da noite foi então anunciada a criação da Associação de Atletas de Artes Marciais Mistas ( The MMAAA ), que visa – obviamente – proporcionar melhores condições para os atletas.

A Mixed Martial Arts Athletes Association ( The MMAAA ) , na sigla em inglês, tem dentre algumas de suas principais exigências : planos de saúde para cobrir lesões que os atletas sofrem após as lutas e uma repartição mais justa dos lucros do UFC junto aos lutadores. Segundo os próprios, os atletas recebem apenas 8% do que o Ultimate leva ( 92% ), e eles brigam para esse número se tornar 50%.

Georges St-Pierre, ex-campeão dos meio-médios ( 77 kg ) que não compete desde 2013, Cain Velasquez e TJ Dillashw, ex-campeões dos pesados e galos ( 61 kg ), Tim Kennedy e Donald Cerrone foram os atletas e veteranos do esporte que, juntos, deram rosto à nova entidade e convidaram todos os demais lutadores à fazerem parte da Associação que contará com o suporte de Bjorn Rebney, ex-CEO do Bellator, que foi afastado do evento em 2014, na ocasião de sua substituição por Scott Coker.

Interessante notar que eles não estão buscando sindicalizar os lutadores, o que poderia levar anos, já que provavelmente haveria litígio em torno do atual status de contrato independente dos lutadores do UFC e somente funcionários podem se sindicalizar.

Por outro lado, quatro dos cinco lutadores são representados por Mike Fonseca, da Creative Artists Agency. A CAA é o maior rival do conglomerado formado pela WME-IMG, que são novos proprietários do UFC.

Bjorn Rebney comentou ainda que a nova associação ( The MMAAA ) é algo semelhante à associações de ligas esportivas como a NFL e NHL e pede ainda a inclusão de uma CBA nos moldes de tais ligas. ( Uma ‘ collective bargaining agreement ’ nada mais é do que a possibilidade de negociar mudanças contratuais para todos lutadores de uma vez só ).

Radical, Bjorn afirmou ainda que se continuar no atual modelo de gestão ( com os promotores ganhando muito e repassando pouco aos atletas ), o MMA não irá durar mais do que 10 anos e ainda convocou os lutadores para uma greve.

Tudo isso não poderia vir em pior hora para o conglomerado formado pela WME-IMG , pois os novos proprietários do UFC têm de realizar um retorno sobre o investimento de quatro bilhões de dólares, além do processo ‘ anti-trust ’ que o UFC está enfrentando desde antes de sua venda.

Por sua vez, o UFC já respondeu à Rebney e insinuou que o mesmo está agindo por vingança e ainda que a CAA seria o financiador da nova associação ( The MMAAA ). O cartola nega veemente.

Assim, o esporte agora tem pelo menos três esforços de organização em andamento : MMAFA, PFA e MMAAA.

O MMAFA de Robert Maysey deseja estender o Muhammad Ali Act ao MMA, de modo que os lutadores possam ser contratados independentes, e os promotores teriam que ‘ lutar ’ uns contra os outros pelo direito de colocar lutas pelo título. O MMAFA também está comprometido com o processo ‘ anti-trust ’ contra o UFC.

O PFA de Jeff Borris quer sindicalizar o UFC, o que exigirá que eles sejam classificados como funcionários.

O MMAAA de Bjorn Rebney quer formar uma associação de lutadores para exigir um aumento salarial. Os lutadores merecem e precisam de organização e representação inteligente e agressiva. Felizmente, algo de bom poderá sair de tudo isso.

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