sábado, 11 de março de 2017

One Championship muda foco para China mas expansão continua pela Ásia



2016 foi um ano marcante para One Championship - uma promoção agora sinônimo de MMA na Ásia após cinco anos de crescimento prodigioso centrado nas regiões do sudeste do continente. Agora, com a consolidação de mercados como as Filipinas e a Tailândia, o gigante asiático das lutas voltou sua atenção para o maior mercado desvirtuado do esporte, com vistas à torná-lo, também, um pólo de MMA.

São vários os novos territórios para expandir o MMA, incluindo cidades no Japão e Coreia do Sul, que foram agendados para a programação de 2017 do ONE, mas estabelecer um ponto de apoio na China é o principal objetivo de negócios da empresa para o ano civil. De acordo com o CEO da empresa, Victor Cui, que recentemente mudou-se com sua família para dirigir os novos escritórios da empresa em Pequim e Xangai, esse empurrão já está em andamento graças aos acordos de direitos de mídia do ONE que abrangem toda a Ásia.

"Buscamos cada vez mais parceiros e agências globais - agências de marketing e publicidade - que queiram trabalhar conosco porque nos tornamos o único esporte na Ásia à oferecer exposição de marca todos os 12 meses do ano", disse Cui. "Muitas marcas chinesas já são empresas de vários bilhões de dólares na China, mas querem expandir para fora de seu país, então o nosso alcance de televisão é uma enorme oportunidade de parceria para eles."

Na verdade, o ONE se separou das antigas propriedades de mídia esportiva asiática, comercializando sua marca em todo o continente, e não apenas em um país, certificando-se de mostrar os atletas nacionais em todos os países em que se apresentou. Esta fórmula levou à um recente aumento das audiências, de acordo com Cui, como as carreiras de sucesso de Angela Lee (Cingapura), Eduard Folayang (Filipinas) e Aung La N Sang (Myanmar), para citar alguns, conquistaram fiéis seguidores locais graças às repetidas exibições.

"Nossas transmissões (de eventos) estão realmente se tornando shows de alto nível em vários países, independentemente de estar tendo o evento nessa cidade ou não", disse Cui. "Como por exemplo, quando tivemos Eduard Folayang lutando em Cingapura, que foi o show nominal número número 1 nas Filipinas em todos os esportes."
Loren Mack, recentemente promovido à um vice-presidente de Relações Públicas e Comunicações, não é de todo surpreendido por este aumento de popularidade dado o contexto cultural de artes marciais na Ásia. De sua perspectiva, o talento estava sempre lá - só precisava ser aproveitado.

"Na Ásia em comparação com a América do Norte, eu diria que a taxa de crescimento é cerca de quatro vezes o que eu experimentei", disse Mack, um funcionário do UFC nos primeiros anos de Zuffa. "Estrelas orgânicas nos países em que operamos ... eles estão finalmente recebendo a atenção que merecem. Esses caras são alguns dos maiores lutadores do planeta; Eles nunca tiveram uma plataforma internacional para provar isso, mas agora eles tem. O One Championship. "


A busca por novas estrelas pode ser muito mais competitiva no futuro. O UFC parece estar se dedicando novamente à Ásia, e à China em particular, sob nova posse. Pride Fighting Championship, agora rebatizado como Rizin Fighting Federation também está em vantagem no Japão, um país que apenas nomeou seu segundo presidente regional.

Mas Victor Cui não está muito preocupado com o que os seus rivais estão fazendo. Com o apoio de várias empresas da Fortune 500 e do fundo de fortuna nacional de Cingapura Temasek Holdings, ele continua focado na tarefa em mãos - promover sua organização como uma das duas maiores potências mundiais do MMA.

"Do jeito que eu olho esse mercado, mais de 4 bilhões de pessoas, ainda há muito espaço para crescer", disse Cui. "Estamos nos primeiros estágios do que é a oportunidade para um campeonato de MMA na Ásia. Ter outros no mercado só ajuda à crescer o esporte e torná-lo melhor. "

ONE tem agora uma excelente oportunidade para reforçar o seu lugar no topo do ranking asiático de MMA como aconteceu no evento de hoje, 11 de março, que foi realizado na Impact Arena, em Bangkok, Tailândia.

Trata-se de Angela Lee, a atual campeão do peso átomo que defendeu o seu cinturão com sucesso diante da lutadora de Taiwan, Jenny Huang, que também estava invicta na carreira. A vitória de Angela no show de hoje só confirma os argumentos da corrente que acredita que a atleta da Evolve MMA poderia seguir os passos de Ronda Rousey como a próxima estrela do “ crossover ” no MMA feminino.

Outro grande nome, desta feita pela categoria welterweight, Ben Askren, também foi agendada para o próximo card da franquia em Manila, no mês de abril. Ele é outra das grandes apostas da organização.

Mas existe ainda uma outra possibilidade que, se confirmada, poderá catapultar a popularidade do show para a estratosfera.
Trata-se de Renzo Gracie. Foi anunciado que, caso Renzo não consiga agendar alguma luta com o UFC nos primeiros meses desse ano, o mesmo irá rescindir contrato com a organização de Dana White e poderia se transferir para O One Championship, onde poderia encarar Kazushi Sakuraba em seu primeiro compromisso no “ cage ” circular.

O “ Gracie Hunter ” ( apelido pelo qual Sakuraba é conhecido no mundo das lutas ) já declarou que retornaria de sua aposentadoria no MMA para fazer uma nova luta contra Renzo. Após sua última luta de MMA no evento de estréia do Riznn FF, Sakuraba continuou em atividade nos ringues da New Japan Pro Wrestling.

Não é à toa que o UFC já anunciou a realização de um evento em Cingapura, para o próximo dia 17 de Junho. Pois ao que tudo indica, o MMA está retomando a sua grandiosidade em toda a Ásia, e muito disso à reboque do trabalho do Rizin FF ( que não custa lembrar, é o antigo Pride com um novo nome ) e nessa batalha das franquias por uma “ fatia do bolo ” quem sairá ganhando é o fã de MMA, além é claro, dos atletas que passarão à ter mais opções de trabalho.

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Foto : Após o êxito de hoje na Tailândia, Angela Lee aumentou o seu cartel no MMA para 7-0-0, modalidade na qual permanece invicta.

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